Hoje, quarta-feira (08), completam-se 10 dias de manifestações por parte das onze comunidades tradicionais do interior de Sento Sé, localizadas na Borda do Lago de Sobradinho. As manifestações, que interditaram a via que liga a comunidade de Ponta D’água a sede de Sento Sé, reivindicam a construção de asfalto em estrada da BA-210, que sofreu impactos após a instalação de uma mineradora na localidade. Os moradores afirmam que os veículos utilizados para transportar minério de ferro pela Tombador Iron Mineração têm provocado fortes impactos na estrada. Além disso, denunciam a exploração do patrimônio natural e cultural da região semiárida com predominância de Caatinga pela empresa.
“Quando chove, atola, quando tá seco é a poeira horrível”, relata Dona Maria Rosa Cruz, de 59 anos. A moradora explica que, faça sol ou chuva, todos os dias, dezenas de carretas transportando minério de ferro passam pelo trecho da BA-210, ligando as comunidades à sede do município, causando transtornos para a população. Além da estrada danificada, os moradores também denunciam a poeira, a destruição ambiental, os riscos de acidentes e a interferência na forma de viver das comunidades.
Os protestos contam com cerca de 300 pessoas, que se revezam para ocupação do local. Desde o dia 30 de janeiro, dois pontos de ocupação estão interditados, impedindo a passagem de carretas e funcionários da mineradora. O objetivo principal da manifestação é conseguir o asfaltamento da via, que possui cerca de 100 quilômetros de extensão. Com diversas faixas, os moradores exigem urgentemente o asfalto e o cumprimento dos direitos territoriais.
Embora tenham se manifestado a favor do direito à manifestação popular, a Tombador Iron Mineração, Prefeitura Municipal de Sento Sé e Governo do Estado da Bahia ainda não realizaram nenhum acordo com os moradores e não garantiram o atendimento às demandas. Sendo assim, ainda não há previsão para que a via seja liberada pelos manifestantes. O Governo do Estado informou que a via é de responsabilidade do municipio, enquanto o municipio disse que a reposabilizade de realizar o asfalto é do Estado. Enquanto ficam nesse ‘jogo do empurra’, a população vêm sofrendo pelo descaso.
Os moradores afirmam que a estrada de barro causa dificuldades, prejuízos aos veículos, que quebram nos buracos, e até problemas de saúde, por causa da poeira. Na manhã desta quarta-feira (8), carretas que transportavam minério aguardavam a liberação para poderem passar. O município afirmou que faz manutenção na estrada de forma periódica, mesmo se tratando de um trecho da BA-210. Na tarde desta quarta-feira (8), uma reunião entre moradores e representantes da prefeitura será realizada para discutir o assunto.
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