Sete vereadores da Câmara Municipal de Sento Sé, Jader Sento Sé, Ismael Barros, Edilson dos Bosco, Robinho do Piçarrão, Sandro Jatobá, Jamerson Pescador e Eduardo Barcelar, rejeitaram, nesta quinta-feira (23), o Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO) enviado pela gestão da prefeita Giselda Carvalho. A decisão expôs mais um capítulo de tensão entre o Executivo e o Legislativo do município, que vem enfrentando sucessivas divergências sobre a condução da política orçamentária e a falta de diálogo da prefeitura com a Câmara.
Segundo os vereadores, o projeto apresentado pelo governo continha irregularidades e tentativas de modificação indevida por meio de uma errata, instrumento que, segundo o grupo, não pode ser usado para alterar o conteúdo de uma lei. Eles afirmam que a correção proposta pelo Executivo ultrapassava o limite de um simples erro material, mudando o sentido de dispositivos centrais da LDO.
A justificativa de voto do grupo cita que o Executivo tentou alterar os artigos 62 e 63 do projeto, que, conforme nota técnica jurídica apresentada pelos parlamentares, “dão autorização ampla e irrestrita ao Executivo, permitindo a alteração direta da Lei Orçamentária Anual (LOA) sem autorização prévia da Câmara Municipal”.
O parecer jurídico indica que a tentativa da prefeitura fere a Constituição Federal e a legislação orçamentária vigente, já que qualquer modificação da LOA deve ser feita por meio de lei específica, com aprovação do Legislativo. Para os vereadores, a manobra fragilizaria o papel fiscalizador da Câmara e “conferiria ao Executivo poder de autolegislar em matéria orçamentária”, contrariando princípios como separação de poderes, transparência fiscal e responsabilidade na gestão pública.
O grupo também afirmou que a gestão Giselda Carvalho vem adotando posturas que limitam a participação do Legislativo nas decisões financeiras do município. “O governo tenta concentrar poder orçamentário e reduzir o controle do Legislativo, o que não é compatível com a legalidade e o equilíbrio institucional”, diz trecho da justificativa.
No dia 11 de outubro, sete vereadores já haviam esvaziado uma sessão em meio a protestos de servidores municipais, alegando falta de transparência e ausência de diálogo com o governo. Até o momento, a prefeitura não se manifestou sobre a nova rejeição.
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